Aceitar, verbo transitivo direto, significa consentir, estar de acordo, receber, assumir, ter como legítimo ou verdadeiro, admitir, reconhecer, aderir, adotar. É semelhante a abraçar, acolher, acreditar, assumir, permitir, reconhecer, admitir.
Buscando no dicionário, fica explícito o tamanho da importância dessa palavra. Poderia dizer que ACEITAR algo em um mundo descrito por Bauman como líquido é o mesmo que estagnar-se e conformar-se frente às mudanças nessa realidade efêmera que se apresenta.
Diferente disso, vejo esse verbo como atitude de reconhecimento, compaixão e ACOLHIMENTO. Dentre as palavras semelhantes, a primeira é abraçar, entrelacar os braços em alguém e trazer pra dentro de si aquela energia. Aceitar é o mandamento primordial no mantra, e quando você o faz, ele se torna real, fazendo com que o universo seja capaz de vibrar em torno desse consentimento e, a partir dele, desenrole a vida.
Manter-se fechado em caixas, preso a amarras e trancado em armários adoeceu o mundo nos últimos séculos. Por outro lado, atualmente, libertar-se e aceitar sair desses lugares mata e fere simplesmente por fragilizar crenças limitadoras de uma sociedade que evoluiu de preceitos morais baseados em histórias descontinuadas e rasas.
Ah, a profundidade do pires! Essa se assemelha ao tanto que a humanidade se dispõe a mergulhar em conhecimento. Na “rasitude” da ignorância, os leigos catedráticos pelas redes sociais buscam abolir o aceite da felicidade alheia. Basta. Deixem que sejam, deixem que vivam, deixem-me em paz.
Ser como é, se permitir o querer, amar o viver, valorizar o sonhar e abraçar a própria alma é a fórmula mais perigosa para quem busca existir. Mas, meu querido leitor, sinto informar que essa fórmula não cabe em nenhum tipo de embalagem. Ela é forte demais e corrói tudo que não tem valor. Ao encontrá-la, ciente do seu poder de corrosão quando em contato com a mentira, pegue com as mãos o quanto puder e permita-se beber. Isso, é claro, se ela não te derreter.