Imagine que você vai ao dentista, passa por um scanner que produz imagens em 3D da sua boca e outra máquina imprime a solução para o seu problema. Parece coisa de ficção científica, mas é o que acontece quando o seu dentista utiliza o Fluxo Digital.

O processo é realizado por um conjunto de equipamentos que faz um escaneamento da boca do paciente, disponibiliza as imagens em um software que permite o planejamento clínico e “imprime” o modelo da prótese desenhada digitalmente. Isso tudo representa previsibilidade, agilidade e conforto para o paciente nos planejamentos dos casos.

O Dr. José Márcio do Amaral, do Instituto Implante Vida, explica melhor o funcionamento. “Através de um conjunto de equipamentos presentes em nossa clínica, começamos pela captação de imagens com fotos,
vídeos e exames de tomografia computadorizada e conseguimos o mais importante: ter toda a arcada dentária dos nossos pacientes dentro da tela do computador em 3D”. Segundo ele, cerca de 90% dos casos do instituto entram no Fluxo Digital.

Isso significa dar adeus, em quase todos os casos, àquela antiga moldagem em gesso que causa tanto desconforto
e enjoo aos pacientes. Além disso, o processo pode ser utilizado para restaurar um dente com coroa total ou até restaurações menores, como um dente quebrado, com mais precisão e rapidez.

Na Ortodontia, por exemplo, ao invés de fazer toda a documentação do paciente com moldagens superiores e inferiores, moldes de gesso, radiografias e análise dos exames impressos, o profissional faz tudo isso digitalmente e imprime os alinhadores, que se moldam perfeitamente à boca do paciente. É muito mais rápido e confortável e menos invasivo.

“Com o scanner intraoral, conseguimos ter toda a arcada dentária em imagem nítida, com cor e forma muito próxima ao real”, diz o dentista. Após a captação de imagens, vem a fase de CAD, que é o desenho digital do dente que é necessário para reabilitar o paciente.

Com essas imagens é possível iniciar o planejamento clínico por meio
de um software específico, que permite simular tratamentos, como restaurações, lentes de contato, alinhadores estéticos ortodônticos e cirurgias guiadas e implantes – que são cirurgias menos invasivas e com recuperação mais rápida. Tudo isso diminui possíveis erros, além de passar mais segurança e clareza aos pacientes, que podem visualizar dinamicamente o tratamento. Depois de escanear e fazer o modelo digital do novo dente, vem o terceiro passo, que é o CAM – por isso, muitas vezes o Fluxo Digital é chamado de CAD/CAM.

“Passando pela etapa do CAD, com nossa máquina 3D, fresadora e laboratório de prótese são confeccionados os guias cirúrgicos, os modelos das arcadas dentárias, coroas, facetas e restaurações em pouquíssimos minutos”, destaca o Dr. José Márcio. Essa tecnologia permite, por exemplo, finalizar um caso em apenas um dia.

Além da agilidade, através de fotos e do escaneamento é possível simular o posicionamento dos dentes após a conclusão do tratamento, tanto na ortodontia como na odontologia estética. Assim, o paciente consegue visualizar os resultados do tratamento e saber o que vem pela frente.

“Ele já pode dizer se vai ficar feliz com aquele resultado ou não. Por exemplo, eu gosto dos dentes centrais um pouco maiores dos que os outros, mas tem paciente que não gosta. Podemos discutir os resultados e chegar em um que corresponda a expectativa do paciente”, ressalta o dentista.

As vantagens para o paciente são muitas, mas os profissionais envolvidos também são favorecidos: o trabalho fica muito mais tranquilo e preciso. Por outro lado, o Fluxo Digital exige muita dedicação e qualificação dos profissionais, que precisam de treinamento e estudo constante e ter ao menos alguma afinidade com o mundo digital – mexer no computador, lidar com problemas de software – e muitas horas de prática.

Hoje, o principal entrave para a adoção do Fluxo Digital nas clínicas odontológicas é o custo. Mas o Dr. José Márcio do Amaral acredita que
é um investimento que vale a pena, principalmente pelo retorno que dá aos pacientes. “Quando entramos no Fluxo Digital, os valores eram muito altos e não tinha nenhum tipo de auxílio do governo para fazer esse investimento, que é tão importante para a sociedade. Porque a tecnologia melhora a qualidade do trabalho e acelera os procedimentos. Hoje, a demanda aumentou e algumas facilidades de financiamento foram criadas”.

Em Santos, o Instituto Implante Vida atua efetivamente com a Odontologia Digital há 10 anos, e recentemente inaugurou um espaço exclusivo para essa área. Todo o trabalho foi feito em parceria com a Straumann, empresa suíça que pesquisa, desenvolve, fabrica e fornece implantes dentários, instrumentos, próteses, biomateriais e soluções digitais para uso na preservação, regeneração, restauração e substituição dentária.

“Ter esse espaço exclusivo acrescenta muito para nós, em qualidade de serviço e autossuficiência, e trouxe muita agilidade. Eu escaneio, dou um comando para a sala ao lado e tenho mais rapidez para entregar o dente para o paciente”, afirma o dentista.