O ano de 2019 foi marcado como um paradigma no mercado brasileiro de criptomoeda. Chegamos a um amadurecimento com a multiplicação de corretoras e estabelecimentos que aceitam criptos, mas centenas de pirâmides inundaram o mercado e prejudicaram uma imagem que nada tem a ver com esse esquema.

Nós, entusiastas e investidores reais de criptomoedas, temos que defender e fazer um trabalho pedagógico que permita o cidadão médio separar o joio do trigo.

Investir em criptomoedas ou investir em empresas que dizem que operam com elas? São coisas bem diferentes. Ao comprar um bitcoin e guardar ele na carteira, a custódia dos valores estão em seu poder. Nesse caso, você realmente é um investidor de criptomoedas, uma vez que comprou e vai estabelecer um preço ideal para venda e realização de lucro.

Quando compra esse ativo, você adere à cultura de observar o preço, vai adquirindo o hábito de ler notícias, acompanhar análises e decidir com precisão o momento da venda. Isso lhe fará um investidor de ativo digital.

Qualquer investimento em empresas que prometem rentabilidade com um robô de trade, arbitragem ou mineração precisa de cuidado. Não quer dizer que todas são pirâmides financeiras, mas mesmo as mais sólidas têm problemas de liquidez. Os exemplos são muitos: contratos de leasing do Grupo Bitcoin Banco, 3xBit, Atlas Quantum e BWA/Alpen.

Antes de entrar nesse tipo de empresa, sugiro conhecer os sócios, buscar pelo CNPJ e consultar certidões em nome de sócio e empresas. Se há investimento em criptomoedas é importante pedir a prova do saldo da empresa no blockchain. A rede é pública, é muito fácil saber quem está falando a verdade.

Caso enfrente problemas, entidades especializadas podem ajudar, e uma delas é a ACCRIPTO, que presido e integro os quadros diretivos. Através do site accripto.com.br é possível elaborar denúncias e, por meio de parcerias com ministério público e setores especializados da polícia civil e federal, pretendemos criar mecanismos que facilitem a identificação de pirâmides financeiras.

Enquanto não atingimos o ponto de amadurecimento do mercado e não temos um arcabouço legal que regule o segmento, deve-se ter cuidado ao investir custodiando seu recurso a terceiros.

Lembre-se: não culpe a bitcoin, ela não é pirâmide. Os enganadores que criam esquemas ponzis com esse ativo poderiam usar saco de batatas, bois e até colchões para arrecadar dinheiro dos incautos com promessa de rendimentos superiores a taxa Selic.