O Transtorno Bipolar (TB) é caracterizado por alterações de humor que vão de episódios depressivos a episódios de mania (sintomas relacionados a humor elevado), com ciclos que podem durar de dias até meses. Os critérios diagnósticos do DSM-5 incluem mudanças na atividade, energia e humor.
Os principais sinais de alerta são alterações súbitas do humor relacionadas à fase de mania que podem ocasionar ataques de raiva ou agressividade. Podem ainda aparecer sintomas típicos da depressão infantil; muitas vezes, um episódio depressivo ocorre anteriormente à fase de mania.
Para os pais costuma ser desafiador identificar os sinais; muitos pensam que podem ser comportamentos típicos da idade, principalmente quando na adolescência. Os educadores também têm papel importante na identificação dos sintomas pelo fato de estarem por longos períodos de tempo junto ao aluno diariamente.
O diagnóstico tem como principal característica a fase de mania. Sinais de alerta:
- Mudanças repentinas de humor;
- Dificuldade nos relacionamentos (com os pares e adultos em geral);
- Autoestima aumentada;
- Euforia;
- Dispersão;
- Fala e pensamentos acelerados;
- Crises de raiva e/ou agressividade;
- Inquietação;
- Irritabilidade e instabilidade emocional;
- Hipersexualidade;
- Grandiosidade e necessidade de ser o “centro das atenções”, entre outros.
Fatores genéticos e ambientais exercem influência nas manifestações do Transtorno Bipolar; dessa forma, crianças/adolescentes que possuem predisposição genética e são submetidas a estressores (como ambiente agressivo, hostil, negligência familiar, relações abusivas, entre outros) apresentam maior risco para este transtorno. Igualmente, estressores ambientais podem potencializar o transtorno.
O tratamento envolve terapia cognitivo-comportamental, psicoeducação, suporte familiar e escolar, grupos de apoio e acolhimento.
Dra. Deborah Kerches é neuropediatra (CRM 102717/SP, RQE 23262-1), especialista em Transtorno do Espectro Autista e Saúde Mental Infantojuvenil; coordenadora e professora da pós-graduação Transtorno do Espectro Autista na Adolescência do CBI of Miami; professora da pós-graduação em Psiquiatria Infantil do CBI of Miami; diretora técnica do CAPS infantojuvenil de Piracicaba-SP; Membro da Sociedade Brasileira de Neuropediatria; Membro da Associação Brasileira de Neurologia e Psiquiatria Infantil (ABENEPI); Membro da Academia Brasileira de Neurologia e Membro da Associação Francesa La cause des bébés.