Márcio Barbuy, colunista social há 27 anos, avalia mudanças ocasionadas pela ascensão das redes sociais.

Na padaria, no ponto de ônibus, na academia ou no trabalho. É difícil olhar para os lados e não encontrar, ao menos, uma pessoa mexendo no celular. Com a ascensão das redes sociais, a maneira de se comunicar mudou. Afinal, Instagram, Facebook e WhatsApp proporcionam agilidade na entrega e recebimento de notícias, além de oferecem maior autonomia aos usuários, de maneira que “qualquer um pode ser o que quiser”.

Pelo menos é assim que define Márcio Barbuy. O profissional, que trabalha com colunismo social e cobertura de grandes eventos há 27 anos, acompanhou de perto as transformações, e pontuou que alguns valores seguem inegociáveis.

“Lógico que a forma de fazer colunismo mudou ao longo dos anos,
especialmente por conta da Internet. Os valores também mudam, bairros
e regiões em alta… Aquela coisa de tradição, família e propriedade. Mas
a base, que é o caráter, na minha opinião, não muda”, disse.

O trabalho de um colunista social funciona como um radar de quem está fazendo algo importante para a sociedade. Os players mudam o tempo todo. Para acompanhar as evoluções, é preciso observar. O que ajuda, segundo Márcio, é frequentar diversos espaços e exercitar a memória, já que isso contribui para construção de bons relacionamentos.

“Para tudo na vida, existe uma preparação. Acredito muito no “onde”, “para onde’ e “para que”. Hoje, as pessoas ganham evidência como um rojão. Muitas nem se preparam. Com o Instagram, todo mundo é tudo. Você posta o que quer, sem se reportar a alguém, portanto, não precisa seguir regras. À rede social une as pessoas, proporciona agilidade, mas a coluna social tem uma credibilidade grande, porque é um atestado de qualidade. Referência se alguém é bom, ou não, de verdade”, avaliou.

A ilusão das redes sociais e a facilidade de manipulação dos conteúdos postados são pontos considerados por Barbuy. O colunista se importa com as notas de assessoria, mas visitar locais, usufruir de conversas ao pé do ouvido e só então emitir uma opinião sobre uma pessoa, ou espaço, são fundamentais. E não abre mão.

“Se eu puder transformar o bate- papo em uma notícia, é o que prefiro. Colunismo é um relacionamento. Uma rede de amigos, informantes, de todas as faixas etárias. É importante não ter um nicho. Se comparamos às redes sociais, por lá, dificilmente se acha uma informação. Não posso passar o dia vendo fotos, preciso formar opinião, e isso só consigo pessoalmente”, pontuou.

Silêncio também é uma resposta

Como colunista social, Márcio recebe convites para diversos eventos em Santos e região. O objetivo de quem envia, além de contar com a presença dele, é conquistar um espacinho em sua coluna no Jornal A Tribuna. Com 22 anos de existência, já noticiou sobre muitas personalidades e eventos de diversos portes.

Mas há quem também fique de fora. “É normal eu ter de dois a três lugares
para ir por noite. Desenvolvi meus próprios métodos para frequentar esses espaços, sem precisar desmarcar outros compromissos. Se algo não me agrada, apenas omito minha opinião. Meu objetivo é sempre dar uma visão
positiva sobre tudo aquilo que vivo. Quando não posso, fico em silêncio”.