Quando você, que nos lê, estiver abrindo esta página da revista StudioBox, o que irá ter em mãos ou diante dos olhos será apenas um texto, sobre desejos e sonhos. Porque exercerei meus direitos de sonhar e ao delírio, criados e garantidos pelo escritor uruguaio Eduardo Galeano, em seu livro “De pernas para o ar”.
Como bem disse na virada do milênio, “as Nações Unidas proclamaram extensas listas de direitos humanos, mas a imensa maioria da humanidade não tem senão o direito de ver, de ouvir e de calar. Que tal se começássemos a exercer o nunca proclamado direito de sonhar? Que tal se delirássemos por um pouco? Vamos então lançar o olhar para lá da infâmia, tentando
adivinhar outro mundo possível.”
E é isso que irei fazer aqui. Afinal de contas, passadas as eleições presidenciais, ou já temos um novo governante (que de novidade nada tem, afinal já foi por 8 anos, de triste memória) ou foi mantido o que estava no cargo, reeleito, mas, seja um ou seja outro, de quem se deve esperar e cobrar muito mais do que foi entregue e, acima de tudo, uma postura de quem governará para todos, sem exclusões ou preconceitos.
Por isso eu quero aqui dizer que sonho por um Brasil melhor, mais justo (onde as pessoas tenham mais direitos do que obrigações), mais igual (onde as pessoas possam se nivelar por uma condição de vida melhor pra todos), mais solidário (onde as pessoas possam olhar o próximo assim como olham a si mesmas), mais moderno (onde as pessoas possam receber do mundo, muito além daquilo que apenas vêem na tela do celular).
Quem não quer um país mais seguro? Onde você pode andar na rua e não temer perder o bem mais valioso que cada um tem, que é a própria vida?
Quem não quer um país mais educado? Onde o juízo que cada um possa fazer das coisas, não dependa da imposição de vontades e ideologias cegas.
Quem não quer um país mais livre? Onde cada um possa concordar ou discordar de ideias e opiniões, sem ser massacrado por quem pensa diferente (obviamente, em todos os casos, dentro da lei e do razoável).
Quem não quer um país onde a justiça funcione? Onde as decisões são tomadas com base na Constituição e nas leis/normas e não por déspotas togados disfarçados de juízes, mas que na realidade são justiceiros julgando com base em convicções pessoais.
Quem não quer um país onde não se veja (tanta) gente pedindo esmola e dormindo nas ruas? Onde o mínimo seja garantido como uma realidade perene e não eleitoreira. E que o medo não atinja aqueles que pensam que podem perder esse “mínimo” a cada troca de governantes.
Eu sonho! Sim! Eu tenho meus momentos de delírio. Porque se assim eu não fizer, o delírio se transforma em loucura e tristeza.
Quando conhecemos outros países, outras histórias, outras realidades, não podemos nos dar ao luxo de silenciar, de calar, de não desejar que as coisas sejam melhores por aqui.
No Brasil, não adianta ser gigante pela própria natureza. Porque um país não se faz sozinho, mas de pessoas que queiram transformar esta nação em algo melhor para todos.
Que meus sonhos e delírios possam ser realizados. Não apenas nos próximos quatro anos.
Mas, ao menos, por mais 100, e que meus filhos (e mais pra frente os netos), vivam em um mundo e um país em que, se o pai/avô deles não viveu plenamente, com certeza sonhou e lutou para que fosse real!