O mês de agosto é conhecido como Agosto Dourado por simbolizar a luta pelo incentivo à amamentação – a cor dourada está relacionada ao padrão ouro de qualidade do leite materno.
Graças a datas como esta, os índices de aleitamento aumentaram no Brasil, segundo resultados preliminares do Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (Ernani), do Ministério da Saúde, aumentam anualmente.
Os benefícios para o bebê são inúmeros, explica a pediatra Patty Terrível. “O leite materno protege contra diarreias, infecções respiratórias e alergias. Diminui o risco de hipertensão, colesterol alto e diabetes, além de reduzir a chance de desenvolver obesidade”, afirmou. Ainda de acordo com a especialista em amamentação, crianças amamentadas no peito são mais inteligentes, há evidências de que o aleitamento materno contribui para o desenvolvimento cognitivo. “O ideal da amamentação são seis meses exclusivo e complementado pelo menos por 2 anos”, completou Patty.
De acordo com informações da Sociedade de Pediatria de São Paulo, a Semana Mundial de Amamentação iniciou suas comemorações no ano de 1992, a partir da Declaração de Innocenti de 1990. Este documento reconhece o direito fundamental de mães amamentarem e bebês serem amamentados como fator importante para saúde e bem-estar de ambos.
Em 2024 a WABA (Word Alliance for Breastfeeding Action), que é uma rede global de indivíduos e organizações dedicadas à proteção, promoção e apoio à amamentação em todo o mundo, e a IBFAN Brasil (Rede Internacional em Defesa do Direito de Amamentar – International Baby Food Action Network), que têm lutado por um mundo sem pressões comerciais, para que as mulheres possam tomar decisões informadas quanto à alimentação infantil de forma adequada. Estas organizações trazem como tema deste ano, no Agosto Dourado, o “Apoio à amamentação em todas as situações”, reduzindo as desigualdades.
Segundo estas instituições, a SMAM (Semana Mundial da Amamentação) está apoiada em 4 pilares que são: Informar – sobre as desigualdades existentes no apoio à amamentação e sobre os seus indicadores; Promover – ações para reduzir as desigualdades no apoio à amamentação com foco em grupos de apoio; Consolidar – a amamentação como um fator que contribui para diminuir as diferenças na sociedade; Envolver – líderes como pessoas e organizações para colaborar e apoiar a amamentação.
Dentre as situações em que as lactantes devem ser apoiadas, temos: as mulheres que trabalham de maneira formal e informal na volta ao trabalho; as mães de prematuros; nas crises climáticas (enchentes, tufões, terremotos etc.); nas diferenças de gênero e raça e várias outras situações cujo apoio é fundamental para que o aleitamento materno seja exclusivo até o sexto mês e complementado até dois anos ou mais, segundo a orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS).
A pediatra Patty Terrível explica que há inúmeros benefícios à Mulher na amamentação. “Amamentar reduz os riscos de hemorragia no pós-parto e diminui as chances de desenvolver câncer de mama, ovários e colo do útero no futuro. Além disso, fortalece o vínculo entre mãe e filho”, disse.
Mito ou Verdade?
Ela ainda faz questão de desmistificar mitos e verdades sobre a amamentação. Confira abaixo:
1. Algumas mães produzem leite fraco
Mito. Primeiramente e o maior mito sobre amamentação. Toda a mãe é capaz de produzir o leite com os nutrientes necessários para suprir todas as necessidades do bebê, independente da condição nutricional da mãe.
O leite materno é o alimento mais completo que o bebê pode receber. O que pode acontecer é a produção de leite estar baixa, mas isso não está relacionado com a qualidade do leite e é uma questão de fácil solução.
2. A amamentação deve ser a única fonte de alimentação do bebê até os 6 meses
Verdade. E até os 6 meses o bebê pode receber única e exclusivamente o leite materno da mãe para alimentação e hidratação.
Além disso a recomendação do Ministério da Saúde é amamentar de forma exclusiva até os 6 meses após a alimentação deve ser complementada, e a amamentação continuada até os 2 anos ou mais.
3. Amamentar é instintivo
Mito. Portanto amamentar exige dedicação e preparo, é um aprendizado para a mãe e para o bebê, vai exigir muito mais do que adaptações fisiológicas da mulher, requer calma e paciência no início.
É importante que a mulher busque informações durante o Pré-natal e conte com uma rede de apoio bem estruturada, pois os benefícios compensam o esforço.
4. Quem amamenta consome mais água e calorias
Verdade. A produção de leite exige um consumo maior de água e também aumenta o gasto calórico. Naturalmente, com o tempo, o ato de amamentar ajuda a mãe a perder o peso acumulado na gestação. Confira aqui as dicas sobre nutrição na amamentação.
5. É preciso revezar os seios durante a amamentação
Mito. O ideal é esgotar o leite de uma mama primeiro, para só então trocar, se o bebê ainda tiver fome.
Isso é importante pois assim o bebê consegue absorver uma porção do leite rica em açúcar e gordura que contribui na saciedade e ganho de peso.
6. O estresse pode afetar a produção de leite
Verdade. Contudo, as situações de estresse e cansaço podem afetar a produção de leite.
No puerpério a mãe vivenciar além de momentos de ansiedade, alteração do sono, do humor e estresse, fatores que implicam na diminuição da produção láctea.
Contudo neste aspecto, a mãe pode contar com uma rede de apoio e/ou um profissional da saúde para ajudar a enfrentar estes desafios.
7. O bebê precisa ser amamentado a cada 3 horas
Mito. Não há um tempo específico, nos primeiros dias de vida do bebê a mãe deve amamentar em livre demanda e sempre de acordo com as necessidades do bebê.
8. Amamentar fortalece a imunidade do bebê
Verdade. Além disso suprir todas as necessidades nutricionais do bebê, o leite materno contribui no desenvolvimento do sistema imunológico que vai ajudar a protegê-lo de doenças e infecções gastro intestinais e até mesmo respiratórias.
9. A mulher que está amamentando não engravida
Mito. A amamentação influencia na fertilidade, contudo não é um método 100% seguro. Isso porque ao espaçar as mamadas pode ocorrer a ovulação, oportunizando a gravidez. É portanto recomendado que a mãe converse com seu médico sobre métodos contraceptivos indicados para o período.
10. Mamadeira e chupeta interferem no aleitamento
Verdade. Bicos artificiais e oferta do leite em mamadeira podem prejudicar o aleitamento, pois podem confundir o bebê de forma a rejeitar o seio materno. A forma de sucção na mamadeira e no peito são diferentes e vão exigir do bebê diferentes impactos na sucção, respiração e deglutição. A criança pode dar preferência ao bico artificial e ao leite em mamadeira ocasionado assim, diminuição na produção láctea e o desmame precoce.