Com fãs por todo o Brasil, o basquete norte-americano move pessoas a visitarem o país
Apesar da derrota para os Estados Unidos no basquete olímpico nesta semana, a seleção brasileira mostrou a que veio e representou bem o país. Com atletas históricos das quadras, não é de hoje que o Brasil aprecia o esporte. Seguindo a tendência do turismo esportivo, o Hurb, empresa de tecnologia no mercado de turismo há 13 anos, criou um pacote exclusivo para os fãs da NBA, que movimenta bilhões de dólares ao ano. A travel tech explica ainda a relação do público latino com a competição norte-americana.
Especialista em experiências aeroportuárias, a Collinson estima que o turismo esportivo movimentará mais de US$1.8 trilhão em todo o mundo até 2030. De olho na tendência, o Hurb lançou, em julho, pacotes olímpicos – serviço com aéreo e hospedagem inclusos, além de ingressos para atrações temáticas em alguns casos, como museus e estádios. Para os fanáticos pelo basquete, a viagem com sete diárias para Orlando garante ainda ingresso para um jogo da NBA.
Casa do Orlando Magic, a cidade conta ainda com outras atrações turísticas, como os parques do Disney World e centros de compras com preços baixos, os outlets. Só em 2023, recebeu mais de 6 milhões de visitantes internacionais. A plataforma de viagens oferece ainda ingressos para uma variedade de jogos, como o do Boston Celtics, no TD Garden, arena localizada na capital do Massachusetts.
Mas quem acredita que essa paixão pelas quadras é recente, está enganado. Tanto na modalidade feminina quanto masculina, o Brasil tem tradição no basquete. Além das histórias escritas no país, internacionalmente, o basquete brasileiro soma cinco medalhas olímpicas e três campeonatos mundiais de basquete. Nos últimos anos, contudo, a National Basketball Association, ou NBA, tem sido a responsável por popularizar o basquete no mundo todo, promovendo o crescimento e a valorização do esporte em diversos países, além de estabelecer uma base sólida de fãs globalmente.
A NBA é a principal liga profissional de basquete dos Estados Unidos, sendo, hoje, uma das mais prestigiadas. Fundada em 1946, reúne 30 equipes, com alguns dos maiores jogadores da história do esporte disputando competições de alto nível. Entre bilheteria, patrocínios e direitos de transmissão, a receita anual da liga chega a aproximadamente US$ 10 bilhões. No país, a audiência média dos playoffs registrou 4,53 milhões de espectadores esse ano, segundo o Sports Media Watch. Apesar de impressionante, o número representa uma queda de 12% em relação à temporada anterior.
No Brasil, contudo, o cenário é positivo. A liga norte-americana anunciou que houve um aumento de 28% na audiência do NBA League Pass na América Latina, plataformas de streaming dos jogos. Já em seu canal oficial do YouTube, o total de horas assistidas cresceu 51%. E tudo indica que essa vontade de acompanhar os jogos internacionais não se restringe às telas: há quem viaje movido apenas pelo desejo de viver a experiência de uma partida.
O basquete brasileiro
Há 30 anos, a conquista do campeonato mundial consagrou o trio Magic Paula, Hortência Marcari e Janeth Arcain. Apesar das derrotas iniciais, a equipe deu a volta por cima e venceu três das quatro partidas seguintes. Para coroar a campanha histórica, nas semifinais, derrotaram os Estados Unidos e, na final, a China.
No dia 4 de agosto de 1996, em Atlanta, nos Estados Unidos, o basquete feminino do Brasil atingiu o seu ápice em Jogos Olímpicos. Neste dia, o trio de jogadoras e companhia subiram ao pódio com a conquista da medalha de prata, a primeira, única e histórica. Uma vitória da maior geração do basquete feminino brasileiro, que dois anos antes já havia conquistado o mundo, e confirmava ali sua grandiosidade.
A história do basquete masculino brasileiro também é repleta de conquistas memoráveis. Em 1959, a Seleção Brasileira brilhou no Campeonato Mundial realizado no Chile, conquistando o título após uma campanha histórica. Quatro anos depois, em 1963, o Brasil sediou o Campeonato Mundial e, diante de sua torcida, repetiu o feito ao vencer a final contra a extinta União Soviética. Essas vitórias consolidaram o Brasil como uma potência mundial no basquete, sendo os únicos títulos mundiais da seleção masculina até hoje.
Atualmente, nossas seleções passam por um momento de reformulação. A equipe masculina não se classificou para as Olimpíadas de 2020 em Tóquio. Agora, em processo de reconstrução, o basquete brasileiro é top 8 nas Olimpíadas de Paris, e esse é só o começo de uma nova história.