Durante um show em São Paulo, a cantora Ludmilla anunciou que ela e a esposa Brunna Gonçalves serão mães. Para possibilitar esta gestação, as artistas recorreram ao processo de fertilização in vitro (FIV),com doação de sêmen, em uma clínica nos Estados Unidos.  

Embora a técnica seja comumente utilizada por casais inférteis ou homossexuais, muitos não sabem que não há necessidade de realizá-la em outros países.  “Muitos casais desconhecem essa possibilidade e acreditam que precisam buscar alternativas fora. No entanto, o Brasil oferece  tratamentos de alta qualidade e com a segurança da legislação vigente”, explica Dra. Claudia Padilla Gomes, especialista em reprodução assistida do grupo Huntington Medicina Reprodutiva.

A especialista diz que até a gestação, o casal que realiza a FIV passa por alguns procedimentos:

1º Exames:  O primeiro deles é a realização de exames para avaliar a saúde reprodutiva e identificar possíveis problemas. 

2º Escolha do doador: Após os exames, de acordo com Dra. Claudia, o casal escolhe um doador de sêmen anônimo ou familiar de até quarto grau sem que haja consanguinidade, considerando fatores como tipo de sangue, grupo étnico, altura, peso e características físicas.

3º Estimulação ovariana: Uma das mulheres do casal passa por um tratamento hormonal para estimular a ovulação e produzir múltiplos óvulos.

 Coleta de Óvulos: Os óvulos são coletados por meio de uma punção guiada por ultrassom. No caso da Ludmila, foram os da Bruna. 

5º Fertilização: Os óvulos são fertilizados com o sêmen do doador em um laboratório.

6º Transferência do embrião: O embrião resultante é transferido para o útero da mulher que irá gestar.

“A fertilização in vitro é uma opção viável para casais homoafetivos femininos que desejam construir uma família. É importante buscar orientação médica e emocional para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades que essa técnica oferece”, destaca Padilla.

Importante lembrar que além da FIV existe outra técnica que pode ajudar um casal homoafetivo feminino a engravidar, a inseminação intrauterina. A inseminação é um tratamento mais simples que consiste em injetar o sêmen de um doador pelo colo uterino no momento da ovulação. Desta forma, a fertilização ocorre naturalmente, dentro das trompas uterinas. O procedimento é mais simples, semelhante a um exame ginecológico comum, porém as taxas de sucesso são cerca de metade das atingidas com a FIV. 

Tecnologia como aliada 

Além disso, a inteligência artificial pode aumentar as chances de sucesso de casais inférteis ou homoafetivos. O Grupo Huntington conta com a sua Inteligência Artificial, a MAIA (Modelo de Análise Inteligente Avançada), para aumentar as taxas de sucesso de FIV. Desde sua implementação, a MAIA já atendeu 980 pacientes, marcando o início de uma nova era na medicina reprodutiva no Brasil. “Nossa IA é capaz de processar um volume massivo de dados com uma precisão e velocidade inigualáveis pelo olho humano”, explica Mariana Nicolielo, coordenadora do laboratório de embriologia da Huntington. “Isso nos permite identificar com maior eficácia os embriões com maior potencial de gerar uma gestação bem-sucedida.”

A MAIA utiliza algoritmos de aprendizado profundo para analisar imagens de embriões capturadas por um sistema time-lapse de última geração. Esta tecnologia permite o monitoramento contínuo de até 240 embriões simultaneamente, registrando seu desenvolvimento a cada 10 minutos, sem necessidade de manipulação externa.

O que diferencia a IA da clínica é seu desenvolvimento 100% nacional e sua customização para a realidade brasileira. O sistema foi treinado com milhões de imagens do próprio banco de dados da Huntington, considerando as particularidades da população local e as diversas causas de infertilidade.

“O sistema é acoplado à incubadora embryoscope e foi desenvolvido ao longo de cinco anos de investimento em P&D. Diferentemente de outras soluções que buscam características e informações de outros países, a MAIA trabalha com dados próprios, por meio do rankeamento dos embriões coletados na Huntington. Isso a torna uma ferramenta de auxílio única para nossa equipe definir com maior eficácia qual embrião será utilizado”, acrescenta Nicolielo.