Apesar de estar presente nos livros de história, nem sempre os alunos entendem os conceitos ou conseguem aplica-los durante a vida adulta. O Neoliberalismo é um desses conceitos que, apesar de importante, passa desapercebido.
Essa é uma ideologia politica que advoga por um papel menor do Estado na economia, vendendo o ideal de liberdade de mercado. Uma das suas principais características é o Estado Mínimo, ou seja, a redução da participação do Estado, tendo em vista a privatização de empresas Estatais, tendo como argumento maior eficiência e competitividade, desregulamentação e corte dos gastos públicos.
Essa ideologia surgiu como reação ao Keynesianismo que defendia a intervenção estatal para estabilizar a economia e promover o bem-estar social.
Apesar de ter surgido após a II Guerra Mundial, o movimento acabou ganhando mais força na década de 1970. Um dos principais motivos do crescimento desse movimento foram as dificuldades econômicas no Ocidente, o que levou aos questionamentos sobre o Keynesianismo.
“Você coloca na cabeça do trabalhador que o Estado atrapalha a vida dele e que é preciso, enfim, desregular e, você começa a eleger uma classe política que vai fazer esse trabalho de limpar de tirar os tentáculos do Estado do dinheiro do trabalhador, é assim que é transmitida essa ideologia”, afirma o professor e doutorando em Ciências Políticas da USP, Sávio Silva de Oliveira.
Ainda de acordo com o pesquisador, essa ideologia encontra pontos de sustentação, pois o Estado cobra muitos impostos e nem sempre essa alta carga tributária tem efetividade na vida da população. Além disso, se torna mais fácil da população acreditar que a desregulamentação é uma opção válida e efetiva.

Neoliberalismo no Brasil
O ideal econômico foi implementado no país a partir do final da década de 1980, tendo uma maior intensidade nos anos 90 e 200.
Um dos maiores problemas gerados por esse modelo econômico no Brasil foi a contribuição para a desigualdade social, sua ênfase na volatilidade de mercado teria contribuído para a crise cambial de 1999 e a crise financeira de 2008. Críticos apontam que a flexibilização das leis trabalhistas e a terceirização teriam levado a precarização do trabalho e redução dos direitos e dos salários.
O tema é complexo e controverso. Os defensores apontam que as politicas implementadas teriam sido necessárias para modernizar a economia e promover o crescimento do país.
Atualmente, os discursos políticos vem abarcando esses ideais de forma cada vez mais presente, para se ter uma ideia, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Embraer, Telebras, Companhia Vale do Rio Doce (atual Vale), Eletrobras e Usiminas são apenas algumas das empresas estatais que foram privatizadas no Brasil.

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