É cada vez maior o número de mulheres que recorre ao procedimento de congelamento de óvulos por diversos motivos: idade, que gera uma diminuição progressiva da fertilidade, menopausa precoce, tratamentos oncológicos, opção por gestação tardia ou até por produção independente.
“A fase mais fértil da mulher acontece na faixa dos 25 aos 30 anos. Após esse período, é normal a diminuição da produção e da qualidade dos óvulos”, afirma Fernando Prado, médico ginecologista e obstetra, especialista em reprodução humana e doutor pela Imperial College London e pela Universidade Federal de São Paulo, diretor técnico da Neo Vita e diretor do setor de embriologia do Labforlife.
Segundo o especialista, há diversos estudos que apontam que aos 35 anos a fertilidade feminina alcança a metade de chance apresentada aos 25 anos e, aos 40 anos, a possibilidade é a metade confirmada aos 35 anos. “Por isso o ideal é que o congelamento seja feito até os 35 anos, pois a partir dessa idade, existe uma diminuição considerável da qualidade dos óvulos que pode comprometer o resultado final”, alerta Prado.
Muitas famosas recorreram ao procedimento nos últimos anos como, por exemplo, Kim Kardashian, as atrizes Nanda Costa, Camila Rodrigues, Paolla Oliveira, Paula Burlamaqui, Karina Bacchi e Suzana Pires, as cantoras Ivete Sangalo, Ana Carolina, Halsey e Rita Ora e a apresentadora Luciana Gimenez. “Não importa as razões que cada uma delas decidiu congelar os óvulos, porém, de acordo com a minha experiência de anos de atuação, a grande maioria procura o procedimento pois decide adiar a maternidade e fica preocupada com a diminuição progressiva da fertilidade”, declara Prado.
O congelamento de óvulos também é chamado de vitrificação e ocorre a partir do armazenamento das células que, no futuro, poderão ser fertilizadas em laboratório. “A técnica consiste em estimular o ovário feminino por meio de medicamentos para ele produzir óvulos extras e serem extraídos com o manuseio de uma agulha específica guiada por ultrassonografia com a paciente sedada. Os óvulos retirados são tratados para serem congelados por tempo indeterminado”, explica Prado.
De acordo com o especialista, ao decidir engravidar, a mulher pode solicitar o descongelamento dos óvulos que serão fertilizados em laboratório. “É a chamada Fertilização In Vitro e quando os embriões são formados, eles são depositados no útero da paciente. Vale ressaltar que caso a mulher desista dos óvulos congelados, eles devem ser descartados ou doados de forma anônima. A doação de gametas (óvulos e espermatozóides), por determinação do Conselho Federal de Medicina, tem que ser sempre anônima”, explica Prado.