Diz a música de Lulu Santos: “A vida é mesmo assim… Dia e noite, não e sim”. Tudo é contraditório. O que, por vezes, nos parece mal, é um bem; e o que, à primeira vista, simboliza o bem, se torna ruim. Como saber distinguir?
Essa é a pergunta. Com certeza, a única resposta é: “impossível”. Isso, sim, é coerente. Concluir, pelo bem ou pelo mal, somente o tempo determinará.
Com a tecnologia, não acontece diferente. E é sobre isso que eu quero falar. Com o avanço das redes sociais, se estabeleceu um verdadeiro disparate de dicotomias.
Ferramentas como Facebook, Twitter, E-mail, WhatsApp, Instagram, mensagens instantâneas e afins deram fim à noção de tempo e espaço. Esses meios nos aproximaram de pessoas distantes, e nesta fase de pandemia, por conta da Covid… Ainda bem! Caso contrário, ficaríamos mais isolados, abatidos pela tristeza e pela falta de convivência com quem amamos.
E como fica o outro lado da moeda? O afastamento das pessoas mais próximas? Ah, quanta saudade! Como o abraço e o beijo fazem falta! Nós não nos dávamos conta dessa realidade! De repente, os relacionamentos ficaram superficiais.
Daí, incrível a rapidez com que fazemos amizades virtuais. Os olhos são mais do que sabidamente o espelho da alma, no entanto, a facilidade nos meios de comunicação eletrônicos roubam a oportunidade dos diálogos olhando nos olhos, sentindo o que o outro quer dizer, sem mesmo precisar falar. A exceção são as chamadas de vídeo. A voz é tão marcante que, dependendo da entonação, diz coisas tão diferentes! Ainda bem que existem as chamadas de voz! Oxalá volte o tempo de escrevermos “cartas de amor”.
Há algum tempo, os teclados conduzem a humanidade para outros destinos. É a era dos relacionamentos virtuais. Namoros, noivados, beijos, juras de amor eterno e os apaixonados internautas chegam aos casamentos, também virtuais! Daí, vêm os filhos na vida real – pelo menos por enquanto. As crianças já nascem sabendo clicar, o que as leva à inimagináveis viagens tecnológicas… Melhor que os adultos, certamente.
Não quero levantar nenhuma bandeira contra as redes sociais. Apenas deixar registrado o momento que estamos vivendo, com uma pergunta no ar, para em um futuro próximo sabermos responder:
E agora, para onde vamos?