O problema de qualquer dúvida relativa ao sexo e sexualidade é que, se potencializa a dor, pelo mistério e vergonha, e acaba-se procurando soluções mágicas e, às vezes perigosas, como por exemplo usar medicações “milagrosas”.
Esse email recebido de um leitor traz a questão de desejo hiper reativo.
Achei que seria interessante dividir, na medida que o desejo tem várias
facetas e o sexual é o mais evidente, e onde acabam desaguando todas as
outras faltas.
Aqui transcrevo um e-mail sobre uma questão que agora também afeta as
mulheres, apesar de se falar que é só homens que usam, lavam e está novo.
“Olá! Eu tenho vinte e oito anos e não paro de pensar em sexo, mas como não consigo arrumar uma companheira, e nem pagar por uma prostituta, o melhor seria usar uma droga que iniba o desejo sexual. Eu não aguento ver filmes com algumas cenas de sexo (ou que sugiram a tal) ou beijos e muito menos ver casais apaixonados nas ruas. Para mim, até ter algum afeto como um abraço ou um beijo é difícil. Eu me sinto um lixo, pois isso é elementar para qualquer alma”.
O desejo sexual exagerado, hiper reativo ou quando só se pensa nisso como solução, demonstra uma vida vazia de prazer.
Entenda-se por prazer tudo o que não for sexual também, inclusive essa sua
obsessão pelo excesso de desejo e, falta de namorada acaba te afastando
das pessoas e de novas possibilidades.
Veja bem: o que você faz para se distrair, para participar de grupos,
para estimular amizades?
Com certeza, o começo do desenrolar dessas dificuldades está aí. Aqui, eu cito Chacrinha, que na sua simplicidade fazia muito quando dizia que “quem não se envolve, não se desenvolve”.
Então vamos lá, desenvolva-se e siga um dia após o outro. É o momento de descobertas de pequenas coisas, atitudes ou situações prazerosas. Assim você se reconectará com você, com o mundo e, com certeza, com alguém especial, que o enxergará.
Acho importante falar sobre isso numa época em que sexualiza todos pequenos prazeres, esses sim que são importantes para a saúde sexual não
são valorizados.