Apesar dos métodos de prevenção, o vírus segue uma crescente no país.
O termo ‘HIV’ e ‘AIDS’ perderam a força com o passar dos anos. Nos anos 80 a doença estava em um estágio de contaminação muito grande e pessoas conhecidas pela mídia estavam morrendo por conta da doença. Cenário diferente do que vemos nos dias de hoje, a medicina avançou e existe tratamento e prevenção para a doença. O fato é que com essa mudança, o termo perdeu a força e até mesmo aquele receio que as pessoas tinham com relação ao vírus.
Apesar desse ‘relaxamento’, novos casos ainda estão sendo diagnosticados, de acordo com o último levantamento do Ministério da Saúde, divulgado em 2024, foram registrados 46.495 novos casos de HIV no país, isso significa um aumento de 4,5% no número de casos de HIV em comparação a 2022.
“As estratégias existem para que as pessoas vivam livremente e com responsabilidade com a sua própria saúde”, afirma a médica infectologista, Thais Salles.
Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, os dados apontam que 70,7% dos casos foram notificados em pessoas do sexo masculino, 63,2% ocorreram em pessoas pretas e pardas, e que 53,6% em homens que fazem sexo com homens. A faixa etária com mais casos, 37,1%, é a de 20 a 29 anos de idade, sendo que, no sexo masculino, a mesma faixa etária concentra 41% dos casos.
De acordo com a médica infectologista, existem barreiras que precisam ser quebradas para que o paciente se sinta confortável em fazer o exame e lidar com um possível caso positivo.
“Não é só ir até o local pegar a medicação, é enfrentar barreiras de acesso a esse local, barreiras familiares e sociais que o impedem de perguntar sobre essa informação e chegar ali já é uma grande vitória” comenta a médica.
Qual a diferença entre AIDS e HIV?
Apesar de muitas pessoas usarem esses dois termos para falar sobre o assunto, eles são designados a estágios diferentes da mesma doença.
O HIV é um vírus que causa imunodeficiência humana, ou seja, que ataca o sistema imunológico, mais precisamente a célula CD4+. Já a AIDS, é o estágio avançado dessa doença, ou seja, quando o HIV não é tratado e o sistema imunológico está enfraquecido, nesse estágio o paciente fica mais exposto a câncer e infecções.
Portanto, ter HIV não é a mesma coisa que ter AIDS, muitas pessoas com o HIV fazem tratamento antirretroviral e conseguem manter o sistema imunológico saudável e não desenvolvem AIDS.
Prevenção
A melhor prevenção do HIV é tomar ações combinadas para oferecer a melhor proteção. O uso de preservativos durante as relações sexuais é a forma mais acessível de prevenção.

Também existe a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) e a Profilaxia Pós-Exposição (PEP) que são opções de medicamentos que podem ser utilizadas em situações específicas para reduzir o risco de infecção.
“A PrEP é uma série de estratégias para a prevenção da aquisição do vírus do HIV. A principal delas é o uso de medicação que pode ser fornecida pelo SUS para um certo grupo de pessoas que estão em maior fragilidade”, afirma a infectologista.
Educação sexual
A educação sexual nas escolas gera conhecimento sobre esse tipo de vírus e como evitar a contaminação. No Brasil, a faixa de idade com maior número de casos é entre os 20 e 29 anos.
Caso a educação sexual existisse de forma efetiva no Brasil, casos entre jovens dessa faixa etária e até de faixas de idade mais novas saberiam como evitar a doença ou o que fazer em casos de contato com o vírus.
“A educação sexual abre uma porta para a saúde sexual, até porque a saúde sexual é saúde. Abre uma porta para ter oportunidade para saber se está doente ou não, quantas pessoas estão com a vida sexual ativa e nunca se testaram para essas doenças e não sabem se estão contaminadas ou contaminando os outros.”

Um pouco de história
Essa doença teve o primeiro registro da doença como causadora da AIDS foi em 1981 no Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA. Já em 1983 o vírus foi isolado e se confirmou que ele era transmitido sexualmente, por uso de drogas injetáveis ou contato com sangue contaminado.
No Brasil o primeiro registro de HIV aconteceu em 1980, na cidade de São Paulo, porém a confirmação da AIDS só aconteceu dois anos depois devido a dificuldade em identificar a doença.
O cartunista Henfil, o ator Lauro Corona, o cantor Cazuza, a atriz Cláudia Magno, o cantor Renato Russo, o sociólogo Betinho e os atores Tales Pan Chacon e Sandra Brea são alguns dos artistas que tiveram a doença nessa época.
Assista o programa na íntegra: