Apesar de estar no SUS desde 2018, o medicamento ainda não é conhecido por muitas pessoas
A PrEP (Profilaxia Pré-Exposição), é uma medicação usada no tratamento do HIV e foi incorporada ao SUS (Sistema Único de Saúde) em 2018. O medicamento passou por um processo de pesquisa junto ao governo e sociedade civil e a introdução do remédio no sistema foi baseada em estudos de custo e de efetividade na comprovação da sua eficácia em reduzir a incidência de novos casos.
Mesmo com os números menores, com medicações e avanços na medicina, novos casos ainda estão sendo diagnosticados, de acordo com o último levantamento do Ministério da Saúde, divulgado em 2024, foram registrados 46.495 novos casos de HIV no país, isso significa um aumento de 4,5% no número de casos de HIV em comparação a 2022.
Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, os dados apontam que 70,7% dos casos foram notificados em pessoas do sexo masculino, 63,2% ocorreram em pessoas pretas e pardas, e que 53,6% em homens que fazem sexo com homens. A faixa etária com mais casos, 37,1%, é a de 20 a 29 anos de idade, sendo que, no sexo masculino, a mesma faixa etária concentra 41% dos casos.
De acordo com a médica infectologista, Thais Salles, a doença gera uma série de problemas com relação a imunidade do paciente: “ele (vírus) pode pré-dispor a uma imunossupressão, que é uma queda da imunidade do organismo. Com essa queda vem uma maior disposição a aquisição de doenças oportunistas. Todos nós ao longo da vida temos contatos com vírus, que na forma latente não nós fazem mal, mas em uma situação de imunossupressão esses vírus podem causar diversas doenças.”

Entenda a PrEP e a PEP
Atualmente existem a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) e a Profilaxia Pós-Exposição (PEP) que são opções de medicamentos que podem ser utilizadas em situações específicas para reduzir o risco de infecção.
A PrEP consiste no uso de medicamentos antirretrovirais por pessoas que não tem o vírus, mas que podem se infectar, ou seja, pessoas com uma vida sexual ativa tem mais chances de se infectar e para isso a PrEP é usada como uma estratégia de prevenção da doença.
Estudos afirmam que, quando tomada corretamente, a PrEP pode reduzir em até 99% o risco de infecção por HIV.
Já a PEP, é uma medida de prevenção após uma situação de potencial exposição ao vírus. Essa medicação é uma medida de urgência que deve ser ingerida o mais rápido possível, preferencialmente após duas horas e nunca após 72h da exposição.
Estudos apontam que quando usada corretamente, a medicação pode ter mais de 80% de eficácia em situações de exposição ao vírus.

“O tratamento é sempre individualizado, não existe uma receita de bolo. A gente ainda luta com esse estigma do paciente que vai procurar a medicação com o que precisa ser feito de melhor, que é um tratamento sem esse constrangimento”, afirma a médica
Vale ressaltar que essas medicações devem ser indicadas por um médico e o paciente precisa passar por um acompanhamento médico durante o tratamento. E ainda, essa medicação não reduz o risco da contaminação por outras infecções sexualmente transmissíveis, nesse caso, o uso de preservativo ainda se faz necessário.
Assista o programa na íntegra: