O consumo de ovos tem ganhado destaque nas discussões sobre alimentação saudável no Brasil. Fonte acessível de proteínas e nutrientes essenciais, o alimento deixou de ser visto como vilão e passou a ocupar papel importante em dietas equilibradas. No entanto, especialistas alertam que, apesar dos benefícios, o consumo excessivo ou inadequado pode trazer riscos à saúde.

De acordo com dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o brasileiro consome, em média, mais de 250 ovos por ano, número que vem crescendo impulsionado pelo aumento do preço das carnes e pela popularização de dietas ricas em proteína. O ovo é considerado um alimento de alto valor biológico, pois contém todos os aminoácidos essenciais necessários para o funcionamento do organismo.

Entre os principais benefícios do consumo de ovos está o fortalecimento da massa muscular, já que a clara é rica em proteínas de fácil absorção. A gema, por sua vez, concentra vitaminas importantes como A, D, E e do complexo B, além de minerais como ferro, fósforo e selênio. Estudos publicados em revistas científicas internacionais indicam que o consumo moderado de ovos pode contribuir para a saúde do cérebro, da visão e do sistema imunológico.

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De acordo com o cirurgião e nutrólogo, Marcellus Ribeiro, o ovo apesar de ser uma proteína prática ela deve ser consumida com cuidado. “Não vale a pena fazer loucuras alimentares”, afirma o médico. Outro ponto positivo do ovo é a presença da colina, nutriente essencial para a memória e o funcionamento do sistema nervoso. Por isso, o ovo costuma ser indicado em diferentes fases da vida, desde a infância até a terceira idade, desde que respeitadas as necessidades individuais.

Apesar dos benefícios, o consumo de ovos exige atenção. A principal preocupação está relacionada ao teor de colesterol presente na gema. Embora pesquisas recentes tenham mostrado que, para a maioria das pessoas, o colesterol alimentar tem impacto limitado nos níveis de colesterol sanguíneo, indivíduos com histórico de doenças cardiovasculares, diabetes ou dislipidemias devem consumir o alimento com moderação e sob orientação profissional.

Outro risco associado é a contaminação por salmonella, bactéria que pode causar intoxicação alimentar. Para evitar o problema, especialistas recomendam consumir ovos bem cozidos, evitar receitas com ovo cru e manter o alimento refrigerado. Também é importante observar a procedência e a data de validade do produto.

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Nutricionistas reforçam que o segredo está no equilíbrio. O consumo de ovos pode fazer parte de uma alimentação saudável, desde que inserido em um contexto de dieta variada, rica em legumes, verduras, frutas e grãos integrais. Frituras frequentes e o uso excessivo de gorduras no preparo podem anular os benefícios nutricionais do alimento.

Com alto valor nutricional, preço acessível e versatilidade, o ovo segue como um dos alimentos mais completos da mesa do brasileiro. Ainda assim, como qualquer item da dieta, seu consumo deve ser consciente e adaptado às necessidades individuais, garantindo benefícios à saúde sem riscos desnecessários.

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