Harmonizar espaços sem se prender aos padrões estéticos impostos pelo mercado é a proposta da arquiteta e urbanista Paula Buoro. Em seu escritório, desenvolve projetos de arquitetura e decoração residencial, comercial e corporativa, valorizando o diálogo entre cliente e profissional.
“A missão é compreender a necessidade do cliente e alinhar fatores técnicos, estéticos e funcionais. Estou sempre atenta às tendências e preocupações do mundo contemporâneo, como consumo e meio ambiente”, explica Paula, que começou a se interessar pelo assunto observando a relação das pessoas com os “espaços construídos”.
A arquiteta ressalta que as palavras-
chave do seu trabalho são equilíbrio
e conforto. Para ela, o excesso soa
inadequado, e não reflete a sua
consciência com as pessoas e o planeta.
“Misturo personalidade e referências através de tendências mais conscientes, associadas ao bem estar e à natureza. Espiritualidade, filosofia e sustentabilidade agregam valor ao projeto e à vida dos usuários”, destaca. “É comprovado que a harmonização de um espaço pode trazer equilíbrio e tranquilidade através da luminosidade adequada, composição de cores e textura dos materiais”, completa.
Apesar de ser frequentemente associada ao luxo e à ostentação, a decoração é muito mais do que isso, e Paula acredita que é importante desmistificar essa ideia. “É possível propor uma estética trazendo significados mais pessoas ao invés de buscar em situações externas. Costumo comparar com o vestuário: a moda cai bem para uns, mas nem sempre vai vestir bem todas as pessoas. A elegância está exatamente no autêntico”.
Por isso, deve-se considerar as particularidades de quem vai utilizar o espaço, unindo conforto e funcionalidade. “Por exemplo, muitas famílias têm uma dinâmica muito corrida e usa a residência para poucas atividades, como dormir e se alimentar. Nesse caso, é importante dar foco à praticidade em ambientes como dormitórios, closets e cozinhas. Sempre de acordo com a rotina de cada um”, aponta a arquiteta.
Para ela, os dormitórios são ambientes “sagrados”, exatamente para balancear essa rotina acelerada que as pessoas lidam atualmente e trazer mais equilíbrio para o dia a dia.
Para trazer mais significado ao projeto, Paula se identifica com a Decoração Afetiva e acredita que é importante preservar as memórias que vivemos com as pessoas queridas ao longo da vida, extrapolando isso para as peças de mobiliário e decoração.
“Uma vez uma cliente quis recriar um hábito familiar em seu novo projeto. Sua avó tinha o carinho de deixar sempre na cristaleira alguns doces
para a chegada dos netos aos finais de semana. O móvel já havia sido perdido, mas deixamos um cantinho justamente para repetir a tradição com as crianças da nova geração da família”, conta.
Um dos conceitos mais explorados pelo trabalho de Paula é a ‘biofilia’, conectando o homem e a natureza.
Na Arquitetura, isso se dá pelo uso de materiais naturais, como pedras, madeira, vegetação, água e o que puder ser reaproveitado. “Antes falávamos em sustentabilidade pela escassez dos recursos naturais. Hoje há uma relação maior com a natureza, uma forma de convívio e troca”.
Para garantir que tudo fique como foi pensado no projeto, Paula gosta de trabalhar com móveis planejados. Não só pela qualidade, mas também pelas vantagens que o produto apresenta.
“Por ser confeccionado em indústria, o acabamento é infinitamente melhor. Além disso, existe o respaldo de trabalhar com uma marca como a SCA, há anos presente no mercado. Saber que pode contar com um bom pós-venda é fundamental para o meu cliente. E para mim, é muito importante a variedade de acabamentos e possibilidades que os móveis planejados agregam aos meus projetos”, destaca a arquiteta.
Um desses casos foi o projeto de uma cozinha para uma cobertura (fotos), que precisava de armários com desenho limpo, quase minimalista, pois a sala era aberta em um ambiente totalmente integrado. “Optei pelo acabamento neutro para as portas dos armários, destacando somente
as superiores em vidro bronze. Os puxadores também não aparecem, criando um desenho mais retilíneo. Como os revestimentos já chamavam bastante atenção, os móveis ficaram em perfeita harmonia”.