O neurocientista, filósofo e psicanalista Fabiano de Abreu aproveitou o momento de isolamento durante a quarentena para produzir uma coleção de livros sobre filosofia com influência psicanalítica. Esta coleção, direcionada a várias vertentes, pretende ser uma ajuda para alcançar o equilíbrio durante estes tempos conturbados.
“Estamos em um momento ruim para a saúde mental. O confinamento, a ansiedade que se potencializa mediante o receio, a incógnita, a agonia; são muitos, muitos sentimentos negativos que desregulam os nossos neurotransmissores. Eles são os mensageiros químicos responsáveis pela regulação do nosso sono, sede, humor, atenção, memória, motivação, músculos, sentidos, etc. A disfunção nesses mensageiros resulta em obesidade, enxaqueca, dor, vômito, calafrios, entre outros. Essas disfunções estão relacionadas e podem resultar em inúmeras doenças como depressão, doença de Alzheimer, Parkinson, epilepsia, esquizofrenia, etc.”, enfatiza.
O nosso futuro é um espelho de muitas das escolhas e acontecimentos do presente. Tendo consciência de que nós somos agentes responsáveis por muitos dos caminhos que escolhemos.
“Todos os impactos que sofremos, de certa forma, mudam a nossa trajetória e resultarão em algo no futuro, portanto, cabe a nós mesmos utilizarmos de hábitos e comportamentos para evitar danos futuros derivados de disfunções cerebrais. A maioria das pessoas que sofrem de problemas que não têm uma explicação, ela pode estar em uma disfunção neuronal, ou seja, nos neurotransmissores, que eu chamo de mensageiro da vida.”, esclarece o neurocientista.
Focado no equilíbrio próprio e em ajudar os demais, Abreu usa a filosofia como caminho.
“Pensando nisso, resolvi fazer um bem para mim mesmo e para as pessoas. Tenho como filosofia de vida ajudar o máximo de pessoas possíveis já que, neste comboio social a que se chamamos vida, se o outro ou os outros estão bem, ficaremos bem também. Nosso trabalho, nossa vida, estão relacionados ao convívio seja pessoal ou virtual e tendemos a ter mais sucesso profissional e vital quando o outro está bem. Isso está relacionado ao fato das conexões negativas; quando o outro está bem, está a produzir neurotransmissores da felicidade e eles não deixam que tenha pensamentos ou atitudes negativas. É como um campo de conexões positivas abertas que se fecha para receptores da negatividade. Ou seja, contribuir para um bem comum é uma jogada inteligente para o bem-estar próprio.”, Refere.
Segundo o filósofo, a aprendizagem e o conhecimento são caminhos compensatórios para a felicidade e para uma vida mais longa e com qualidade.
Como refere Abreu, “Um dos remédios para “gastarmos” a nossa ansiedade e absorvermos conhecimento é a leitura com a aprendizagem, ou seja, quando lemos, estamos fazendo a neuroplasticidade cerebral, ligando novas conexões que ajudam na neurogênese, fabricação de novos neurônios e facilitam para protelar ou evitar a morte dos neurônios. Isso faz com que o cérebro memorize melhor as informações, como uma ginástica cerebral e que também retarda ou evita demências da velhice. O ato de ler e aprender, faz com que seu cérebro absorva conhecimento liberando dopamina, neurotransmissor da recompensa, desta forma, ao invés de absorver informações negativas, o leitor está liberando neurotransmissores da felicidade e utilizando bem a sua ansiedade recompensando-a. “
Como experiência pessoal, Fabiano de Abreu refere que, “Ao escrever esses livros, mal vi o confinamento passar, me ocupei com a leitura, escrita, aprimorei meu conhecimento, liberei neurotransmissores que me ajudaram a manter o equilíbrio e alegrar a minha família e a mim mesmo. Libero também a dopamina por saber que posso estar ajudando a mais e mais pessoas a se esquivarem de uma doença mental seja no presente, ou como consequência do presente, no futuro. Esta é a minha contribuição para fazer valer a pena a minha vida, para que não passe despercebida e me sinta útil. Os livros também, não só satisfazem um novo conhecimento, como também seu conteúdo ensina maneiras de como utilizamos hábitos e comportamentos que resultem em uma melhor vida. No Filosofia do Comportamento, como devemos nos comportar, no 7 Pecados Capitais, nossos pecados são erros ou falhas que precisamos consertar, no Romantizando a Filosofia, uma forma romântica de levar a vida, na Filosofia da Educação Infantil, como devemos criar nossos filhos e como a escola deveria educar já que o ensino está defasado e o último que lançarei mês que vem, da sequência de 5, Filosofia Intelectual, diz como a inteligência pode ser crucial para as decisões, inclusive, de conseguir mudar os hábitos e buscar uma melhor filosofia de vida.”
Além disso, toda a bibliografia está a ser distribuída gratuitamente como refere o autor.
“Os livros estão sendo distribuídos gratuitamente e, a recompensa, é que muitos leiam e se beneficiem com esta leitura. Coloco nele o meu conhecimento em filosofia, neurociência, neuropsicologia, psicanálise e no jornalismo para uma escrita que prenda a atenção e o ensino seja prazeroso.”