Especialista em Comportamento, a psicanalista Fabiana Guntovitch destaca a importância de abordar a temática em sociedade

Em reflexo à sua expertise em Comportamento e Saúde Mental, a psicanalista Fabiana Guntovitch ressalta a urgência de discutir um tema que vem ganhando cada vez mais notoriedade nos noticiários: o bullying, uma situação que pode trazer impactos devastadores na saúde mental e emocional dos indivíduos.

De acordo com estudos feitos pela especialista, o bullying é um comportamento agressivo repetitivo, que visa causar dano físico ou emocional a outra pessoa, manifestando-se de várias formas: física, verbal, social e, cada vez mais, através do cyberbullying, praticado através das plataformas digitais. “Essas formas de violência podem resultar em graves consequências psicológicas, como depressão, ansiedade e transtorno de estresse pós-traumático. Vítimas de bullying frequentemente desenvolvem baixa autoestima e podem apresentar comportamentos agressivos ou violentos como forma de retribuição”, explica ela.

Por se tratar de um problema complexo, ele requer a atenção e a ação de toda a sociedade. Prevenir o bullying e fornecer suporte adequado às vítimas são passos essenciais para garantir a saúde mental e o bem-estar dos jovens, evitando que sofrimentos profundos resultem em tragédias, como recentemente ocorreu com Thomas Matthew Crooks, o atirador envolvido na tentativa de assassinato do ex-presidente Donald Trump, sofreu bullying durante sua infância e adolescência. “A sociedade precisa responsabilizar não apenas os agressores, mas também olhar para as crueldades e violências sociais. É crucial cuidar da saúde mental das crianças e adolescentes, criando um ambiente seguro onde possam crescer e fazer escolhas saudáveis”, diz ela. Outros casos notáveis como o massacre na Columbine High School, em 1999, e o Massacre de Realengo, em 2011, possuem ligação direta com o bullying.

A psicanalista enfatiza ainda que o ambiente escolar é um dos principais lugares que desempenha um papel crucial no desenvolvimento das crianças e adolescentes e que, quando associado ao bullying persistente, pode levar a um isolamento social profundo e duradouro. “A exclusão social não só afeta a saúde mental imediata das crianças e adolescentes, mas também tem consequências de longo prazo que podem influenciar negativamente a vida adulta”, avalia. “A conscientização e a educação são passos fundamentais para prevenir o bullying e mitigar seus impactos devastadores na saúde mental das vítimas”, declara Fabiana.

A psicanalista ressalta ainda a necessidade de uma abordagem mais ampla, envolvendo não apenas medidas preventivas nas escolas, mas também apoio emocional contínuo para aqueles que sofrem bullying. “É essencial criar ambientes seguros e de apoio para os jovens, promovendo a resiliência e oferecendo recursos adequados para aqueles que enfrentam essa forma de violência”, diz.

Por fim, podemos dizer que a prevenção do bullying não é apenas responsabilidade das escolas e dos pais e responsáveis, mas de toda a sociedade. “Precisamos reconhecer a gravidade do bullying e trabalhar juntos para criar um ambiente onde todas as crianças e adolescentes se sintam seguros, valorizados e capazes de desenvolver relacionamentos saudáveis”, avalia Fabiana.