A violência contra a mulher segue sendo um dos problemas mais graves de saúde pública e de violação dos direitos humanos no Brasil e no mundo. Segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em 2023 uma mulher foi vítima de feminicídio a cada seis horas no país, além das milhares que diariamente sofrem violência psicológica, física, sexual e patrimonial.
Especialistas apontam que o primeiro passo para combater o problema é reconhecer os sinais de abuso. A violência nem sempre começa de forma explícita: comportamentos como controle excessivo, isolamento social, humilhações e ameaças verbais já configuram agressão e devem servir de alerta.
“A gente precisa perceber todas essas nuances da violência. Nuances por qual motivo? Porquê a violência psicológica, moral e até a patrimonial e ainda a sexual, elas se colocam em um plano um pouco mais invisível nesse dia a dia da mulher. A mulher muitas vezes não consegue identificar”, alerta a advogada Renata Leme.
Para se precaver, é fundamental que mulheres conheçam seus direitos e os canais de denúncia. Existem diversos canais para a realização da denúncia alguns deles são: a Central de Atendimento à Mulher (180), a Polícia Militar (190) e a Delegacia da Mulher, esses são recursos disponíveis 24 horas. Além disso, aplicativos como o PenhaS e o SOS Mulher oferecem ajuda rápida em situações de risco.

Organizações sociais e especialistas também reforçam a importância da rede de apoio. Conversar com familiares, amigos de confiança e buscar acompanhamento psicológico podem ser medidas decisivas para romper o ciclo da violência. De acordo com a advogada, o apoio psicológico para mulheres que passaram pela violência e vão entrar com o processo de separação na justiça também precisam passar por terapia.
“Eu logo aconselho que a mulher busque um apoio terapêutico para que ela passe pelo processo de divorcio litigioso. É um processo muito desgastante e que muitas vezes envolve o uso dos filhos contra a mãe.”

Apesar dos avanços legislativos, como a Lei Maria da Penha e a Lei do Feminicídio, os desafios permanecem. O enfrentamento passa por ações integradas do poder público, campanhas de conscientização e, sobretudo, pela mudança cultural que rompa com padrões de desigualdade e de tolerância à violência de gênero.
A violência contra a mulher não é um problema individual, mas social. A prevenção exige informação, acolhimento e denúncia — passos fundamentais para proteger vidas e garantir que nenhuma mulher precise enfrentar sozinha a violência.
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