Ah! Onde é que está essa tal de felicidade? É o que nós, profissionais da psicologia, ouvimos no dia a dia do consultório, vindo principalmente daquelas pessoas desalentadas ou disfuncionais em alguma área da sua vida.
Aprendemos desde sempre que a felicidade é algo enorme, invasiva, barulhenta e frenética.
Estamos tão focados nessa crença do minuto de felicidade que explode o coração, que acabamos passando batido pelas pequenas e importantes felicidades do dia a dia.
As petit bonheur, segundo os franceses, são elegante e carinhosas com a nossa alma. E é isso que é a felicidade do momento.
E o que é a vida senão uma grande sequência de momentos?
Talvez essas pessoas não estejam encontrando a felicidade porque ainda não entederam que ela pode estar bem escondidinha nos pequenos atos do dia a dia.
Descubra-a criando pequenos rituais, como agradecer por ter uma boa noite de sono ao acordar ou sempre tomar um copo de água depois de escovar os dentes para sentir a sensação de “boca fresca”.
Se você não tem nenhum desses rituais, crie alguns que façam com que se sinta bem. Se você já tem os seus, faça-os com prazer e alegria.
Mas, o que esse conselho das avós tema ver com a sexualidade? TUDO.
Sim, porque quem não tem a capacidade e a sensibilidade de perceber as pequenas alegrias, felicidades e sensações do dia a dia normalmente é uma pessoa que não consegue ter uma boa relação com a sua própria sexualidade.
Sim, porque ao contrário dos grandes e barulhentos orgasmos, dos corpos esculturais e faces “botocadas”, o afeto e o desejo está bem escondido nas pequenas coisas do cotidiano.
Eles estão, de fato, em aspectos e momentos que nós nem sempre valorizamos muito e que acabam com aquilo que resta da nossa autonomia de busca da felicidade.
É hora de criar nossos modelos pessoais de felicidade, que usam a nossa própria experiência e história, ao invés de cultivar modelos importados, copiados, em busca de um ideal que provavelmente está muito longe da nossa realidade.
Felicidade é isso, simples e pertinho de nós.